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POTENCIAL SOLAR NO BRASIL

Não há um símbolo tão brasileiro quanto o sol que brilha para todos nós, ilumina nossas florestas, nossos campos, nossas praias, nossos rios e lagos e, a partir do começo desta década, gera parte da energia que ilumina as nossas casas e empresas e movimenta a nossa economia.

O Brasil possui um grande potencial para gerar eletricidade a partir da radiação solar. Para se ter uma ideia, na região com menor radiação solar no Brasil é possível gerar 30% mais eletricidade do que no local com maior radiação na Alemanha, que é um dos países de maior tecnologia na geração da energia solar fotovoltaica do mundo.
 

 

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O mapa GLOBAL HORIZONTAL IRRADIATION mostra que boa parte do território brasileiro recebe uma intensidade de radiação luminosa compreendida entre 60 e 80% do máximo registrado no mundo e as variações sazonais no Brasil são menores, o que resulta em importantes vantagens técnicas e econômicas para os sistemas solares instalados no Brasil. Além disto, as regiões brasileiras de maior potencial são de fácil acesso, estão relativamente próximas dos centros consumidores e distantes das áreas da floresta Amazônica. 

Informações mais detalhadas sobre o potencial energético brasileiro, solar e eólico, podem ser acessadas no site do CRESESB – Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito, vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME). Nesse endereço também poderão ser obtidas informações sobre legislação, publicações, entre outras, todas passíveis de download.

Com relação à outras fontes renováveis, é importante analisar a sazonalidade que elas apresentam ao longo do ano. Os recursos hídricos, por exemplo, responsáveis por 60% da matriz elétrica brasileira, aproximadamente, passam por períodos de maior e menor disponibilidade todos os anos, sendo que os períodos de seca tem sido mais frequentes e acentuados nesta última década. As fontes eólica e biomassa apresentam uma importante complementaridade com a hídrica, mas também apresentam períodos de baixa disponibilidade ao longo do ano. Com relação à fonte solar, a sua sazonalidade é menor, em especial nas regiões de maior incidência da radiação solar e justamente no período seco é que apresenta a maior produtividade. 
 
Apesar de todas essas condições favoráveis, o uso da energia solar fotovoltaica no Brasil só ganhou destaque após a publicação da Resolução Normativa Nº 482/2012 e da Resolução Normativa Nº 687/2015 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que estabeleceram as condições gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, bem como o sistema de compensação, entre outras providências. 

 

No Infográfico ABSOLAR - Energia Solar Fotovoltaica no Brasil, podem ser acessados os dados levantados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com atualização até dezembro de 2020. Independente da grande evolução observada na geração de energia solar fotovoltaica, que passou de 7 MW em 2012 para 7.470 MW em dezembro de 2020, a energia solar fotovoltaica contribui com apenas 1,6% da matriz elétrica brasileira, enquanto que a participação dos combustíveis fósseis foi de 15,2 %, o que mostra o enorme potencial que esta forma de energia tem para crescer ainda no país.

Mesmo com a positiva evolução na geração de energia elétrica fotovoltaica, o Brasil permanece aquém de seu imenso potencial solar, quer seja quando comparado às demais fontes renováveis ou com relação aos países que utilizam esta fonte de energia. Considerando as diferentes matrizes energéticas, o Brasil é hoje o 2° país no mundo a utilizar majoritariamente a fonte hídrica como sua principal fonte de energia, o 2º lugar na utilização da biomassa e a 8ª posição com relação à fonte eólica. Porém, com relação a fonte solar ainda estamos na 16° posição (2019). Com relação ao ranking de países que utilizam esta fonte de energia temos a China na 1ª posição seguido pelos Japão, EUA, Alemanha e Índia. É importante citar a posição alcançada pela Índia, um país também em desenvolvido e que apresenta uma intensidade de radiação solar média menor do que o Brasil. 

 

Nota: Biomassa é toda matéria orgânica de origem vegetal ou animal usada com a finalidade de produzir energia como a lenha, o carvão vegetal, o bagaço de cana, galhos e folhas de árvores, e resíduos vegetais diversos. A utilização da biomassa em usinas termelétricas vem se tornando cada vez maior devido ao seu baixo custo, ser renovável, permitir o reaproveitamento de resíduos vegetais e ser bem menos poluente que outras fontes de energia como o petróleo e o carvão mineral.

 

 

Lino José Cardoso Santos
Doutor em Engenharia de Materiais
CEO da LJ Solar